terça-feira, 12 de junho de 2012

Médicos federais de 40 instituições fazem paralisação em todo o país

Protesto é contra mudanças na carga de trabalho da categoria.
Federação estima que 49 mil médicos sejam atingidos pela nova regra.

 

Quem tem consulta marcada em hospitais federais nesta terça-feira (12) deve ficar sem atendimento.

Médicos de 40 instituições fazem uma paralisação contra mudanças na carga de trabalho da categoria que deve provocar o cancelamento de mais de 40 mil consultas em todo o país.

No maior hospital público de Curitiba, no Paraná, apenas os casos de urgência e emergência estão sendo atendidos. Muitos pacientes que não sabiam da paralisação, principalmente do interior do estado que tinham uma consulta ou cirurgia agendada, foram até a unidade nesta manhã e terão que voltar para casa sem o atendimento.

Só em Curitiba, pelo menos 300 médicos aderiram à paralisação. Durante o dia, os médicos farão uma nova assembleia geral para decidir se entram em greve.

Segundo a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o protesto é contra uma medida provisória que interfere na remuneração e altera a jornada de trabalho. Médicos que têm atualmente uma jornada de 20 horas semanais no serviço público, por exemplo, ao ingressarem na carreira teriam que cumprir 40 horas semanais pelo mesmo valor, ou seja, uma redução de 50% na remuneração. Estima-se que, em todo Brasil, 42 mil médicos ativos e inativos do Ministério da Saúde serão atingidos, além de 7 mil do Ministério da Educação, informou a Fenam.

Confira como será o protesto nos estados nesta terça, segundo a Fenam:
Distrito Federal: paralisação com a realização de ato público em frente ao Hospital Universitário de Brasília (HUB)
São Paulo: às 9h, os médicos farão manifestação em frente à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Rio de Janeiro: ato público em frente ao Hospital Bom Sucesso, às 10h. Uma assembleia geral definirá os rumos do movimento às 20h
Minas Gerais: a manifestação foi realizada na segunda-feira (11), com paralisação das 7h às 19h
Maranhão: protesto na Praça Deodoro, em São Luís, a partir das 9h
Paraná: além da paralisação, os médicos realizarão uma assembleia no Hospital de Clínicas e um ato público em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná
Santa Catarina: médicos participam de Assembleia Geral dos Médicos Servidores Federais no Hospital Universitário, às 11h
Rio Grande do Sul: o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) realizará um ato público às 11h30 em frente ao Museu de História da Medicina do RS (MUHM)
Sergipe: paralisação a partir das 7h. Um ato de protesto será realizado no ambulatório do Hospital Universitário (HU)
Piauí: protesto na sede do Sindicato dos Médicos, a partir das 7h30
Bahia: paralisação e assembleia no Hotel Mercure, às 19h
Rio Grande do Norte: os médicos do estado, em greve desde o dia 29 de abril, realizam mobilização em frente a Assembleia Legislativa, às 10h. Estudantes de medicina da Universidade Federal do RN também apoiam e participam da manifestação
Ceará: médicos estarão paralisados. Haverá concentração na Assembleia Legislativa do Ceará às 9h
Paraíba: médicos realizarão uma caminhada em protesto a partir das 8h no Conselho Regional de Medicina
Pará: ato público em frente ao Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém
Amazonas: assembleia para discutir possibilidade de uma greve nacional, às 19h
Acre: protestos
Mato Grosso do Sul: divulgação de uma nota de repúdio
Pernambuco: paralisação e assembleia a quarta-feira (13), na Associação Médica de Pernambuco, às 19h30
 
 Do G1, com informações do Bom Dia Brasil

QUE SITUAÇÃO...

RIO+20

O que leva 300 jovens de 100 países — Togo,Vietnã, Ucrânia, Paraguai, Mali etc — a acamparem num sitío em Vargem Pequena (RJ) debaixo de muita chuva e lama para debater durante uma semana soluções sustentáveis para o mundo? O que exatamente atrai 800 espectadores a lotarem durante 2 dias um auditório no Espaço Humanidade 2012 — no Forte de Copacabana — para assistir a 28 painelistas apresentarem em apenas 18 minutos cada um suas ideias para um mundo melhor e mais justo? O que fez 1200 jovens aceitarem o convite para serem voluntários durante a Rio+20? O que atrai aproximadamente 30 mil ativistas a virem de todos os continentes para o Aterro do Flamengo — na maioria absoluta dos casos custeando as próprias despesas – participar da Cúpula dos Povos?
Há muitas respostas possíveis para essas perguntas. Todas elas deveriam servir de inspiração para os diplomatas que definirão a partir desta quarta-feira (13/6) no Rio de Janeiro o texto final da Conferência da ONU que será assinado pelos chefes de estado. Após várias rodadas de muitas conversas e poucos avanços, chegou-se a um texto onde 75% dos parágrafos estão em aberto. Ou seja, um documento que ainda não disse a que veio, bastante difuso, e segundo testemunhas, sonolento.
Quando os interesses de curto prazo atropelam o instinto de sobrevivência coletivo, não há razão para megaeventos como a Rio+20. O mínimo que se pede daqueles que representam os interesses de cada país é que honrem a gigantesca expectativa que paira sobre eles neste momento. Perdemos o direitos de errar, e o maior dos erros agora é se omitir. O custo de ajustarmos a economia global na direção de um modelo mais inclusivo e sustentável é infinitamente menor do que o custo da inação, de não agir, de replicar o “business as usual”. O risco de um colapso em escala global — a partir da falência múltipla dos ecossistemas já exauridos pela demanda crescente de água, matéria-prima e energia em proporções insustentáveis - é iminente.
O momento é agora. O Rio de Janeiro é o lugar. Estamos de olho.